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segunda-feira, 29 de março de 2010

RIP Speed

Já tinha repassado, no sábado, a notícia da morte do rapper Speed (também chamado de Speed Freaks), através do twitter e não ia comentar nada aqui no blog, mas na grande mídia, com exceção do G1, como notou o Ganjaman (músico do Instituto) no seu twitter, aparentemente ao assunto não foi dada a devida importância, no meio de tantos "acontecimentos" vitais por aí, como BBBs, Nardonis e os 50 anos que Renato Russo faria se estivesse vivo.



De certo modo, compreensível em uma época que as pessoas não parecem querer descobrir pérolas no meio do oceano. Quem acompanhou a carreira de Speed percebe que ela foi errática e com vários desvios de percurso, coisa que só lendas costumam ser capazes.



Fala-se da conexão entre ele e o Planet Hemp, mas é bom destacar que em dois momentos instrumentais do álbum Usuário, o Planet abria espaço para Speed barbarizar no baixo, em vez de mandar rimas, como poderia se supor.



A primeira, "Speed Funk", é exatamente o que o nome sugere, um funk tocado de forma ultra acelerada e você pode ouvir aqui ou aqui.



Já "Skunk" é mais cadenciada e você pode ouvir aqui ou aqui. As duas músicas, com clima de gravação de ensaio, mostram um balanço que soma ao rap e hardcore da banda, lembrando os temas instrumentais dos Beastie Boys nos anos 90.



Speed talvez pudesse ter um lugar dentro do Planet ou apoio em uma carreira solo, mas como diz o próprio Planet Hemp na música "Hemp Family", do segundo disco: "Speedfreaks, saiu pra dar um rolé mas vai voltar daqui a pouco". E assim seguiu-se a vida musical de Speed. Uma parceria com Black Alien, colocando Niterói no mapa do rap nacional, que foi sucesso na internet, com músicas soltas, espalhadas por Napster e Audiogalaxy, e quando todos esperavam um CD, a dupla se desfaz. Deixa espalhado por aí um monte de música boa, aqui acho que dá pra pegar algumas.



A maior característica da dupla era a intensa verborragia a cada verso, com dezenas de referências contidas nas letras. Ao mesmo tempo, o trabalho solo de Speed, que começava a tomar alguma forma mesmo que momentânea, começava com Expresso, contando com várias participações de outros rappers e cheio de pontos altos, como "Miragem", com BNegão e "Estilo Livre" com Rappin' Hood.



E pelo menos para mim ele tinha "saído pra dar um rolé" de novo, pois não ouvi mais falar muito de Speed até sua visceral participação no primeiro disco do Maquinado, trabalho solo de Lúcio Maia, o guitar hero da Nação Zumbi. O nome da música é "Tá Tranquilo".



A explicação para alguém que canta com uma fluência e uma voz tão poderosa fique tanto tempo e tantas vezes fora do alcance de mais ouvidos pode estar nas palavras do próprio Lúcio Maia em seu twitter: "O melhor de todos, porém inconvivível. Coisa de gênio".



No disco Meu Nome É Velocidade, de 2008, lançado na época em várias páginas de myspace onde cada um continha de 3 a 4 músicas. Talvez pela expectativa, o disco não me empolgou tanto, com sons, rimas e temáticas mais próximas ao rap de São Paulo, onde morou por boa parte dos anos 2000. Apesar de, há que se reconhecer, ser muito superior à grande maioria de qualquer disco de rap vindo de lá ou de qualquer outro lugar do Brasil e mais um documento de sua inquietude musical.


De volta a Niterói nos últimos anos, estava fazendo e lançando música em parceria com nomes da área como Tigrão e De Leve. Ouvindo esses sons dá pra imaginar o que vinha por aí e agora, só lamentar que sua trajetória tenha sido interrompido assim. No site de Speedfreaks dá para ouvir vários sons de músicas antigas e novas remixadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sair para dar um rolé e voltar daqui a pouco era a gíria da galera quando a gente ia dar um teco. quem conheceu o cara sabe que é verdade.
não estou querendo fazer fofoca nenhuma já que geral sabia que o speed era o psicopata camarada. um gênio malucão. dep, brother.