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sábado, 19 de setembro de 2009

Festival Garimpo: Mopho, Supercordas, Monno

Belo Horizonte, 5 de setembro de 2009


Supercordas - 05/09/09


Ao término do primeiro show eu pensei: precisei vir até Belo Horizonte para ver um bom show do Supercordas com um som decente onde dê para curtir e entender as distorções, efeitos e microfonias do grupo. Um pouco de exagero meu, pois já havia visto eles com toda a capacidade sonora que podem ter no Humaitá Pra Peixe deste ano (crítica do Túlio aqui) mas as cadeiras eram um tremendo convite à preguiça. Não que não funcione assim, funciona até muito bem. Só que ali em BH, em um show com cara de show de rock mesmo, a coisa ficou mais interessante. "3 Mil Folhas" e "Um Grande Trem Positivista" foram, como de costume, grandes destaques.


Supercordas - 05/09/09


Apesar de gostar de Supercordas e do show ter sido ótimo, o objetivo daquela noite e grande parte da motivação que me levou viajar até Belo Horizonte era para ver os alagoanos do Mopho. Banda que eu julgava até ter encerrado as atividades, depois de estarem sumidos há mais tempo que o Belchior. Mopho é, de certo modo, um precursor do Supercordas ou para que o Supercordas estivesse por aí. Notava-se que a maioria dos integrantes do Supercordas estava ali na frente, prestigiando o show. Claro que ouvidos que não precisam nem ser tão atentos assim conseguem perceber diferenças de objetivos sonoros, punch, recursos e idéias entre um e outro, mas há aquela palavrinha, psicodelia, que abrange a turma na mesma prateleira, ou bem próximo. Não sei quanto ao pessoal do Supercordas, mas para mim era uma espécie de sonho realizado.


Mopho - 05/09/09


Muitas das músicas do primeiro disco do Mopho, lançado em 2000, me acompanham como se elas existissem há décadas, desde os anos 70, para ser mais exato. Enquanto é possível que exista um pouquinho de Mopho na árvore genética do Supercordas, o DNA do Mopho é composto quase inteiramente de todas as fases do Mutantes (tropicalista, pós-Rita, progressiva), Som Nosso de Cada Dia e outras bandas do hard rock e progressivo brasileiro dessa época que não vivemos, onde valem mais as canções e o molho psicodélico do que as demonstrações de virtuosismo. Mas isso tudo acima é só uma tentativa bagunçada de racionalizar o que não pode ser racionalizado, que é ouvir "Nada Vai Mudar", "A Geladeira", "A Carta", "Eu Quero Tudo", além de algumas boas canções do irregular segundo álbum, exemplo de "Tanto Barulho Por Nada".



Ainda do primeiro disco, "Uma Leitura Mineral Incrível" foi uma viagem capaz de chapar a turminha indie que lotou o lugar e aproveitou para revelar ou descobrir toda sua paixão pelo rock dos anos 70 com o final do show que teve "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin com citações a diversas outras músicas do Led mais citações a "Hey Joe" do Jimi Hendrix e para o bis "Smoke On The Water" do Deep Purple. Fácil levantar a galera assim, né?


Mopho - 05/09/09


Mas para mim o show já havia acabado quando eles tocaram "Não Mande Flores" em versão extremamente nervosa e emocionante. Não importa que a letra não diga muita coisa, é uma das músicas mais bonitas já feitas e que ouço há quase dez anos, que parecem trinta. Meus olhos marejados mostraram que já havia valido a pena vir ao festival, e olha que ainda faltava o outro motivo para a viagem: Violins, no dia seguinte.



Mas a noite ainda não havia acabado. Era a vez do Monno, banda a milhas e milhas distante da psicodelia das bandas anteriores. Era hora de disco punk e rock influenciado pelas bandas novas surgidas nos anos 00. Os suspeitos de sempre, Franz Ferdinand, Strokes, Bloc Party, Interpol... No Brasil, onde estranhamente demorou a surgirem bandas interessantes, que bebessem por essas fontes, hoje vai contando com representantes bem legais em algumas cidades: o Monno em belzonte, o Rockz e, vá lá, o Moptop no Rio, Mickey Gang em Colatina (Espírito Santo), Sabonetes em Curitiba, Vivendo do Ócio em Salvador, Sweet Fanny Adams em Recife...


Monno - 05/09/09


Desses, o Monno se aproxima mais do Rockz (que tocou no Garimpo no dia seguinte) tanto em velocidade quanto em animação, especialmente do vocalista e guitarrista Bruno Miari, que se encharcava de suor. Me impressionou uma música que ele apresentou como sendo uma nova, rápida na batida e na duração. Ótimo show agitado, apesar da minha cabeça ainda estar absorvendo a experiência quase impossível de ter assistido um show do Mopho...


Monno - 05/09/09

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