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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

La Cumbuca na Première do filme “Titãs – A Vida Até Parece Uma Festa”


**Lembrando que, antes do filme, tivemos a exibição do curta de ficção “Dossiê Rê Bordosa”, do paulista Cesar Cabral, onde é “investigado” o assassinato da personagem Rê Bordosa, do cartoonista Angeli – bem divertido e com ótima trilha sonora (Inocentes, Los Pirata e outros)**


Agora, sobre Titãs...



Segundo Branco Mello para o jornal O Globo, algumas das imagens nem eram mais de seu conhecimento. Os registros em VHS das aparições em TV (Barros de Alencar, Chacrinha e afins) são do acervo da mãe de Nando Reis, que gravava todas as aparições da banda. Dentre essas, não posso deixar de citar a participação no lendário programa “Viva a Noite” do SBT, dentro do também lendário (e tosco) quadro “Sonho Maluco”. A façanha: salvar uma fã das garras de uma aranha gigantesca, numa teia a algumas dezenas de metros do chão – um dos maiores micos da carreira dos Titãs.


O filme procura manter certa linha de tempo, sendo que em muitos trechos a montagem não é linear (como quando Marcelo Fromer aparece dando pitacos em “Epitáfio”, um pouco depois de abordada sua morte) – tudo intencional e com bom resultado. Na primeira metade é exibida uma série de apresentações de início de carreira – um tanto amadoras e nem por isso menos geniais. Em boa parte do filme, as canções “lado B” estão presentes, o que deixa o espectador que “apenas ouve” Titãs mais curioso ainda. Mas, claro, há espaço para os hits do povão, como “Sonífera Ilha” – onde é feita uma montagem com apresentações da mesma música em diferentes programas de auditório da época – e uma comparação entre passado e futuro, quando são alternadas duas apresentações da música “Querem Meu Sangue”: uma na TV Cultura de SP, nos anos 80 e outra no “Acústico MTV”, de 97.


Dentre essas raridades, há uma em especial que, aliás, mostra que todo grande artista do rock já teve seus momentos de iniciante (o trecho em questão chegou a ser postado no Youtube, vindo do acervo de um fã de SP, mas retirado do ar cordialmente, a pedido de Branco Mello): a apresentação do trio formado por Branco Mello, Tony Bellotto e Marcelo Fromer, chamado Trio Mamão, com mais três vocais de apoio – as Mamonetes!


Algumas passagens citadas na biografia escrita por Hérica Marmo e Luis André Alzer estão entre os registros captados. Dentre elas, a bronca que Charles Gavin leva do produtor Liminha no estúdio, em relação à execução da bateria em “Violência” (faixa que ficou de fora da versão em vinil do álbum “Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas”) e as farras nas gravações de “Pipi-Popô”, com vários figurões da música nacional presentes. Isso mesmo: os Titãs, juntamente com Paula Toller, Jorge Mautner, Liminha e mais outros, foram os responsáveis por essa neo-marchinha de carnaval (no lado B do compacto há outra pérola chamada “A Marcha do Demo”). Essa “jam carnavalesca” foi batizada de “Vestidos de Espaço” e a música "Pipi-Popô" tocada à exaustão nas FM’s da época.


O delicado momento da morte de Marcelo Fromer é tratado em tempo suficiente e sem apelações para comover fãs saudosistas (só achei meio barra-pesada porque os filhos de Marcelo estavam presentes no dia, sei lá). No mais, só os fatos como ocorreram, com imagens dos noticiários de TV (como aquele conhecido momento dos 7 Titãs restantes falando à imprensa, com Branco Mello à frente, logo após de declarada a morte de Marcelo).


Do meu ponto de vista, imaginei depoimentos entrecortando cenas ou passagens especiais, como costumamos ver em documentários. Mas na verdade as cenas já foram registradas com suas “falas” à época. E tudo filmado apenas para entretenimento próprio – algo como um documentário da vida real.


Enfim:


--para os novatos (que em sua maioria, estão ligados em outro tipo de som, né...): vale como sendo a história dos erros e acertos de um grupo de amigos que se juntam para cair na estrada, viver de música, mostrando pra quê vieram;


--para os que simplesmente viveram e curtiram os anos 80 e o som da época: vale como uma curiosidade sobre o que girava em torno dos bastidores e sobre quem eram aqueles oito caras com pinta de loucos, que fizeram parte da trilha sonora daquela geração;


--para os fãs (esse que vos escreve, inclusive): um material rico em registros raros e inéditos (como a performática primeira versão de “Bichos Escrotos”) e muita "descontração" (como Sérgio Britto num quarto de hotel, em estado alterado da mente*, se é que vocês me entendem). Enfim, sons e imagens marcantes, como as que ocorrem na vida de qualquer boa e veterana banda de Rock – e também na vida dos fãs desse estilo musical, por que não?



*ouça e veja "Estados Alterados da Mente", interpretada por Branco Mello no seu projeto solo - música do LP "Titanomaquia", de 93

3 comentários:

Anônimo disse...

Aee Lismar, gostei de ver. Escreva mais!

Regiane Jodas disse...

Já estou contando os dias pra ver! Curiosíssima!
Tu escreve bem hei rapá! =D
Bjuuuu
Regiane

Unknown disse...

Lis,
vc escreve muito bem.
Ótimo texto.
Beijo.