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sexta-feira, 7 de março de 2008

Die Apokalyptischen Reiter (parte II)

[Parte I]
Os Cavaleiros do Apocalipse estão de volta na segunda parte da matéria. Em 1999, pouco depois do Allegro Barbaro ser lançado, ocorrem duas mudanças importantes: a saída da Ars Metalli (minúsculo selo underground) e entrada na Hammerheart (selo de médio porte); e o baterista Skelleton deixa a banda, sendo substituído por Sir G (difícil dizer qual deles é mais incrível, mas é inegável que Sir G é muito mais versátil e se encaixa melhor no caminho que eles trilhariam daí em diante).



Em 2000 eles lançam o terceiro disco, All you need is love. Depois de se perguntar o que o nome de uma singela música dos Beatles faz em uma típica capa de um disco de metal, você lembra que trata-se de uma banda completamente atípica, para quem estranheza e contradição são ossos do ofício. Esse é o disco mais sombrio, sinistro e melancólico de todos, com um toque de piano clássico, além da brutalidade costumeira. Ou seja, se você precisa de amor não é aqui que vai encontrar.

Dentre as melhores estão Licked by the tongues of pride, com riff grudento e refrão de tom sinfônico; Unter der asche, com sua montanha russa de andamentos e climas; a lindíssima Erhelle meine seele, para os dias em que a tristeza invadir sua alma; Gone, o que se habituou chamar de death melódico, com o teclado sempre presente e solo viajante; Reitermania, matadora, rápida, agressiva e com um inusitado riff de gaita-de-fole; Hate, principalmente o trechinho mais lento no meio; Rausch só não é impecável por não ser totalmente instrumental; Die schonheit der sklaverei é uma música que eu costumo passar batido, mas tem gritaria, bateria maravilhosa, e teclado/piano clássico. Regret é uma boa música, mas nada me chama a atenção nela além do solo, que também não tem nada de excepcional. Uma música como Peace of mind, depois de uma seqüência bem pesada, é mais uma das boas sacadas do DAR, mas ela me irrita profundamente. Geopfert é meio insossa e ...Vom ende der welt é longa e chatíssima.

All you need is love abriu muitas portas para o DAR, arrebanhou uma legião de fãs na Europa Central e Oriental, e chamou a atenção da Nuclear Blast, uma das maiores (senão a maior) gravadora de metal no mundo. Assim, deixam a Hammerheart e se preparam para gravar pela Nuclear Blast.



Have a nice trip (2003) é um marco na história do Die Apokalyptischen Reiter. A partir daqui eles deixam definitivamente de ser uma simples banda de metal para virar algo inclassificável; o som continua extremo, mas sempre com alguma coisa diferente que deixa o ouvinte surpreso e maravilhado. Se tem uma palavra que ajuda a definir o Have a nice trip é "classe"; tudo aqui é muito elegante, mesmo as mais pesadas soam sem a grosseria dos trabalhos anteriores e com o teclado cristalino.

Começa com a habitual alternância de climas na boa Vier reiter stehen bereit; e o filé mignon continua com as grandiosas Sehnsucht, Terra Nola e Seid willkommen; We will never die e Du kleiner wicht reforçando o tosco rótulo de folk metal; Ride on, nervosa e com um teclado que parece deslocado, mas cai como uma luva; Master of the wind, apesar de cover do Manowar, é bem interessante; Komm é pura melodia e Fatima é algo que desafia qualquer descrição. Warum? seria melhor se não tivesse aqueles "uivos" no meio. Das paradies e Wo die geister ganz still sterben são as mais fracas; a primeira só não chamo de lounge porque seria muita humilhação, e a segunda, além dos mesmos "uivos" irritantes de Warum?, dá a impressão de estar sobrando no disco. Mas há quem goste, claro...

Mas nada disso teria importância se não existisse Baila cónmigo. Obra-prima do DAR, é o tipo de música que, a menos que você tenha o hábito de ouvir coisas exóticas, surpreende. Incrível como tango/flamenco/??? e metal se mesclam de forma perfeita, natural e espontânea (dois anos depois o Rammstein copiaria na cara dura o espírito da música e batizaria de Te quiero puta). É brega, lenta, bateria forte e arrastada, além de um refrão que gruda na cabeça.

Esses álbuns, além de muito melhores que os dois primeiros, funcionam como um aperitivo para as maravilhas que viriam depois. Como? Você quer saber que maravilhas são essas? Então não perca o próximo capítulo da saga do Die Apokalyptischen Reiter.

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